MARIA DO CARMO MIRANDA DA CUNHA, nasceu no dia 9 de fevereiro de 1909 em Marco de Canavezes, Portugal, na Europa, e foi uma cantora e atriz luso-brasileira, que ficou mundialmente conhecida como CARMEN MIRANDA. Sua carreira transcorreu no Brasil e Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950. CARMEN TRABALHOU no rádio, no teatro de revista, no cinema e na televisão. No auge da carreira foi a estrela mais bem paga dos EUA. A imagem de CARMEN MIRANDA ficou marcada pelos turbantes, tamancos de plataforma ( Era baixinha, e media apenas 1,52 cm de altura ), penduricalhos no pescoço e pelas frutas tropicais, em especial as bananas que usava para ornamentar a cabeça, e por isso é considerada a pioneira do tropicalismo, movimento cultural dos anos 60.
O pai de CARMEN, emigrou de Portugal para o Brasil depois que ela nasceu, e em 1910 sua mãe seguiu o marido acompanhada da filha mais velha, e de CARMEN que tinha menos de um ano de idade. No Rio de Janeiro seu pai abriu um salão de barbeiro em sociedade com um conterrâneo. A família foi morar em um sobrado acima do salão, e mais tarde se mudaram para a Lapa. No Brasil ela ganhou mais quatro irmãos, entre eles AURORA, que formou com ela uma dupla musical. Aos 14 anos de idade CARMEN começou a trabalhar numa loja de gravatas, e depois numa chapelaria, mas foi despedida porque passava o tempo todo cantando.
O famoso compositor e médico JOUBERT DE CARVALHO, ouviu CARMEN cantar TRISTE JANDAYA, e compôs para ela TAÍ com a marcha-canção PRA VOCÊ GOSTAR DE MIM. Ela gravou e foi um sucesso, e vendeu 35 mil cópias, um recorde na época. Em 1933 sua irmã AURORA MIRANDA, também se tornou cantora e CARMEN assinou um contrato com a RÁDIO MAYRINK VEIGA para ganhar dois contos de réis por mês. Em 30 de outubro deste ano realizou a primeira turnê internacional, apresentando-se em Buenos Aires na Argentina, e um mês depois voltou ao país para uma temporada de um mês. Em dezembro de 1936, ela deixa a MAYRINK VEIGA e assina com a RÁDIO TUPI.
No cinema, CARMEN MIRANDA estreou com o filme ALÔ, ALÔ CARNAVAL com a famosa cena em que ela e a irmã AURORA MIRANDA cantam a música CANTORAS DO RÁDIO em 1936, e neste mesmo ano passaram a integrar o elenco do Cassino da Urca. Depois de uma apresentação para o astro de Hollywood TYRONE POWER em 1938, foi convidada para trabalhar nos EUA, mas como recebia o fabuloso salário de 30 contos de réis mensais, não se interessou em largar sua carreira no Brasil. Mas em 1939, o empresário americano LEE SHUBERT, a convenceu a assinar um contrato com ele. Porém, ela exigiu levar junto o grupo musical BANDO DA LUA, que a acompanhava nos shows, e no dia 4 de maio de 1939, embarcou no Navio Uruguai, rumo aos EUA.
Começava para ela o "sonho Americano", e CARMEN MIRANDA atingiu uma projeção internacional como nenhuma outra estrela havia conseguido nos EUA, Europa e no resto do mundo. Em 5 de março de 1940 fez uma apresentação perante o Presidente americano FRANKLIN D. ROOSEVELT durante um banquete na Casa Branca. Participou também de programas de grande audiência na TV e no rádio, cantando músicas como MAMÃE EU QUERO, O QUE É QUE A BAIANA TEM e SOUTH AMERICAN WAY. Foi nesta época que ganhou o título de "A PEQUENA NOTÁVEL", e em 1945 recebia o maior salário de Hollywood, e foi chamada também de "BRAZILIAN BOMBSHELL" ou a Explosão Brasileira.
Em 10 de julho de 1940, CARMEN retornou ao Brasil, e foi acolhida com carinho pelo povo, porém depois de uma apresentação no Cassino da Urca com a presença de políticos do "Estado Novo", estes começaram a dizer que ela havia voltado "Americanizada", e entre estes críticos, haviam muitos que eram simpatizantes de correntes contrárias aos EUA. Mas ela não ligou para as críticas, e respondeu com humor gravando uma música com o tema.
Entre 1942 e 1953, ela atuou em vários filmes em Hollywood, entre eles: MINHA SECRETÁRIA BRASILEIRA em 1942, ENTRE A LOURA E A MORENA em 1943, ALEGRIA, RAPAZES em 1944, SONHOS DE ESTRELA em 1945, COPACABANA em 1947, O PRÍNCIPE ENCANTADO em 1948, ROMANCE CARIOCA em 1950, e o último filme, MORRENDO DE MEDO em 1953.
Numa certa altura, CARMEM percebeu que estava aprisionada a imagem da "Garota Latina" para sempre. Mas como era contratada da FOX, e era uma mina de ouro para o Estúdio, era obrigada a forçar um sotaque latino caricato, apesar de falar bem o inglês. Nestes filmes ela era ora uma brasileira, uma cubana, uma mexicana e até uma cigana. No fim dos anos 40 ela fez uma longa temporada na Europa, e se apresentou no Teatro LONDON PALLADIUM em Londres na Inglaterra, batendo recorde de público, e em Estocolmo, capital da Suécia chegou a receber simbolicamente a "Chave da Cidade".
E a vida amorosa da estrela? Segundo seus biográfos, chegando em Hollywood teve romances com vários astros, entre eles JOHN WAYNE e DANA ANDREWS. Mas seu casamento com o americano DAVID SEBASTIAN em 17 de março de 1947, é apontado até hoje como a causa de sua decadência moral e física. Ele que era um simples empregado de uma produtora de cinema, se tornou empresário de CARMEN MIRANDA, e não soube conduzir seus negócios e seus contratos. Ele também era alcoólatra, e estimulava a estrela a beber, e logo ela se tornou dependente. Entre o casal aconteciam brigas violentas, por causa de ciúmes e traições de DAVID, e ela não se separava, apenas por causa de sua convicção católica. Em 1948 ela engravidou,mas perdeu a criança e depois não conseguiu mais engravidar, e se entregou a bebida, e começou a abusar de calmantes. Em dezembro de 1954, retornou ao Brasil, depois de 14 anos de ausência, e seu médico brasileiro resolveu "interná-la" por quatro meses em uma suíte do Hotel Copacabana Palace no Rio, para desintoxicá-la. Ela melhorou bastante, e voltou aos Estados Unidos e fez uma turnê por Cuba e por Las Vegas, mas voltou a beber, a fumar e a abusar dos calmantes, mais do que antes.
No início de agosto de 1955, CARMEN MIRANDA gravou uma participação especial no programa do comediante americano JIMMY DURANTE, e ao cantar e dançar desmaiou no palco. Nesta mesma noite, recebeu amigos em sua casa em Beverly Hills, e as duas da manhã após beber e cantar com os convidados subiu para seu quarto para dormir. Acendeu um cigarro, vestiu um robe, retirou a maquiagem e com um pequeno espelho nas mãos, caminhou em direção a cama. Nesta noite, no dia 5 de agosto de 1955, um colapso cardíaco fulminante, encerrou a trajetória da "Pequena Notável", aos 46 anos de idade.
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